Se você é tutor de um gato ou planeja adotar um, é importante estar ciente do vírus da Leucemia Felina (FeLV). Este retrovírus pode afetar felinos domésticos e silvestres em todo o mundo, e é uma das principais infecções que acometem os felinos. Neste artigo, discutiremos sobre epidemiologia, transmissão, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção do FeLV.
Epidemiologia
O FeLV tem distribuição mundial, com alta prevalência no Brasil. Felinos domésticos e silvestres são suscetíveis à infecção, mas filhotes com menos de 4 meses de idade são mais vulneráveis. A infecção pode causar imunossupressão, e o retrovírus pode permanecer no DNA do animal por toda a vida, mas não sobrevive por mais de 48 horas no ambiente.
Transmissão
A transmissão do FeLV ocorre principalmente via horizontal, por meio do contato com a saliva e/ou sangue contaminado, como em brigas ou mordidas. Também pode ser transmitido por contato com secreções nasais. A transmissão vertical ocorre quando um gato infectado transmite o vírus para seus filhotes durante a gravidez ou durante a amamentação. A transmissão iatrogênica pode ocorrer quando há o uso de agulhas, instrumentos cirúrgicos e dentários, tubos endotraqueais ou transfusões de sangue contaminado.
Sintomas da Leucemia Felina
A infecção pode causar viremia assintomática ou infecção progressiva crônica. Os sintomas inespecíficos incluem febre, dispneia, letargia, anorexia, anemia, imunodepressão, infecções secundárias, hiperplasia, gengivite/estomatite, abscessos que não cicatrizam, efusão pleural, anomalias intraoculares e dermatológicas, massas intra-abdominais palpáveis e organomegalia, quadro de leucemia e linfomas, podendo levar à morte.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base na anamnese, sinais clínicos, histórico e exames complementares. Os exames sorológicos e biologia molecular (PCR) são utilizados para confirmar a infecção.
Tratamento
Não há cura para o FeLV, e o tratamento é avaliado pelo médico veterinário de acordo com o estado clínico do paciente. O tratamento busca tratar infecções secundárias e dar suporte com terapia paliativa e cuidados gerais de saúde, para maior qualidade de vida e longevidade ao animal.
Prevenção
- Teste todos os animais que convivam no mesmo domicílio;
- Realizar teste em animal desconhecido antes da introdução na residência;
- Recomendado que os gatos não tenham acesso à rua (evitar a ocorrência de brigas com animais positivos e transmissão do vírus);
- Limpeza diária de caixas de areia e comedouros compartilhados;
- Castração (imunossupressão por estresse de estro/acasalamento, em animais infectados);
- Vacinação e reforço anual (vacina inativada);
- Higiene e limpeza do ambiente (vírus é suscetível a sabão e todos os desinfetantes);
- Separar os animais positivos para FeLV dos negativos, para evitar a transmissão.
Vale ressaltar que a prevenção é fundamental para evitar a propagação da doença e garantir a saúde dos animais, por isso é importante adotar medidas preventivas em relação à transmissão do Vírus da Leucemia Felina. Consultar um médico veterinário regularmente é essencial para o diagnóstico precoce da doença e prevenção de possíveis complicações.